Santos Dumont: o pai da aviação

Alberto Santos Dumont nasceu em 20 de julho de 1873. Filho de Henrique Dumont, engenheiro francês e plantador de café, e de Francisca Santos Dumont, de origem portuguesa, era o garoto caçula de cinco irmãs e dois irmãos. Viveu sua infância na fazenda de plantio e beneficiamento de café da família em Ribeirão Preto. Lá divertia-se construindo pipas e pequenos aeroplanos movidos a hélice. Desde os 7 anos aprendeu a dirigir as locomotivas da propriedade e, aos 12 anos, era considerado um maquinista hábil.

Alberto Santos Dumont
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Passou a adolescência observando os pássaros, estudando sua constituição física e  lendo Júlio Verne-nas quais são relatadas longas aventuras em balões. Em 1891, visitou a França pela primeira vez acompanhado da família. época em que o motor a gasolina era a sensação das exposições em Paris. Ficou fascinado, pois sempre se interessou por mecanismos. Seu sonho, desde criança, era criar um aparelho que permitisse o homem voar controlando seu próprio curso.

 Em 1892, após seu pai adoecer e adiantar parte da herança aos filhos, Dumont mudou-se para Paris e começou a oportunidade de construir as próprias aeronaves. Lá, fez contato com baloeiros, como Albert Chapin, que viria a se tornar mecânico de seus inventos. Se aprofundou nos estudos, principalmente em mecânica e no motor de combustão.

 Seu primeiro Balão, o “Brasil”,  foi o menor balão criado até então, com apenas 15 kg  e se diferenciava dos demais balões por ser inflado com hidrogênio, ao invés de ar quente. Ganhou altura, mas dependia do vento para se movimentar.

Depois de muitos estudos, mandou construir o "nº1", primeiro de uma série de "charutos voadores" motorizados, cada um com uma história diferente, e sequências de tentativas e erros.

Em 1900, foi criado o prêmio Deutsch. Para vencê-lo, uma aeronave deveria contornar a Torre Eiffel e retornar ao seu local de origem em até 30 minutos. Ato que nenhuma das invenções criadas até então eram capazes de realizar.

Instigado pelo desafio, Dumont passa a trabalhar para aumentar a velocidade dos seus dirigíveis. Cria assim os N-4, N-5 e N-6, levando o cobiçado prêmio de 129 mil francos com este último modelo.

Sua vitória o levou a ser reconhecido internacionalmente como o inventor do dirigível e o maior aeronauta do mundo. Recebeu condecorações do então presidente do Brasil, Campos Salles, convites de viagens aos Estados Unidos e outros países e, também, a oferta do príncipe de Mônaco, Alberto I, de construir um hangar para que passasse a realizar as suas experimentações no principado.

Com o "14 Bis", também chamado de “Oiseau de Proie” (“Ave de Rapina”, em francês), uma "aeronave mais pesada que o ar", o brasileiro cumpriu alguns desafios em exibições públicas nos arredores de Paris. Tinha 10 metros de comprimento, 4 metros de altura e 12 metros de envergadura, atingindo 30 km/h. Pesava 205 quilos. As asas eram fixas a uma viga, logo a frente ficava o leme e, na outra extremidade eram posicionados a hélice e o motor de 24 cavalos. O piloto conduzia a aeronave em pé.

No dia 23 de outubro de 1906,  realizou seu primeiro voo com este, no campo de Bagatelle, em Paris, para uma plateia de cerca de 1.000 pessoas e na presença da Comissão Oficial do Aeroclube da França. A aeronave percorreu 60 metros em 7 segundos, a uma altura de 3 metros. Por este dia se tornou conhecido como o Pai da Aviação.

O segundo desafio se deu no dia 12 de novembro de 1906, quando o "14 Bis", com um motor de 50 cavalos de potência, partiu do Parque de Bagatelle e subiu a uma altura de 6 metros, percorrendo 220 metros, tendo como testemunha os membros da comissão do Aeroclube da França.

Em 1908, Santos Dumont constrói o "Demoiselle", cujo desenho serviria de modelo a todos os projetistas que se seguiram. Tudo neste era obra de Dumont, inclusive o motor. Em 1910, na primeira exposição da Aeronáutica realizada no Grand Palais de Paris, o "Demoiselle" foi um sucesso.

Além das máquinas voadoras, o inventor brasileiro criou o primeiro hangar em 1900 justamente para guardar os seus equipamentos e invenções. Criou portões com rolamentos para facilitar o deslocamento das aeronaves. Com a intenção de controlar o tempo dos seus vôos, pediu ao amigo Louis Cartier que desenvolvesse o primeiro relógio de pulso.  Mais tarde, criou o primeiro chuveiro de água quente quando vivia em seu chalé “A Encantada” em Petrópolis. A invenção funcionava através do uso de um balde perfurado e dividido ao meio, que levava água quente de um lado e fria do outro. Criou ainda um motor portátil para ser utilizado por esquiadores.

Dumont encerrou sua carreira ainda em 1910. Passou a supervisionar as indústrias que surgiram na Europa. Doente, resolve voltar ao Brasil. No dia 8 de dezembro de 1914, ao ver seu invento ser usado para bombardear a cidade de Colônia, se decepciona. No Brasil, sua tristeza aumentou quando o aeroplano foi usado durante a revolução de 1932 em São Paulo.

Com esclerose múltipla e depressão, se suicida em um hotel no Guarujá, no dia 23 de julho de 1932. Deixou dois livros: "Dans-L'air" (1904) e "O que Vi e o que Nós Veremos" (1918)

fontes:
https://www.hipercultura.com/santos-dumont/
https://www.ebiografia.com/santos_dumont/
https://www.todamateria.com.br/alberto-santos-dumont/
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/alberto-santos-dumont.htm

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